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Informações • 31/01/2025

BRASIL PLANEJA LEILÃO DE RESERVA DE CAPACIDADE

O Brasil se prepara para realizar, em 2025, o primeiro leilão de reserva de capacidade com foco exclusivo em sistemas de armazenamento por baterias (BESS, sigla do inglês para Battery Energy Storage Systems), marcando um passo importante na transição energética do país. Esse leilão, que esteve em fase de consulta pública até o final de outubro de 2024..


Fábio Plut Fernandes é Bacharel em Química pela Universidade Federal de São Carlos, e Mestre e Doutor em Físico-Química pela UFSCar. Tem pós-doutorado no Grupo de Eletroquímica e Polímeros da UFSCar. Atua na coordenação de equipes em projetos de pesquisas e desenvolvimento. Atualmente coordena projetos na TECCER New Materials for Energy Storage / Nano E-Science e é pesquisador associado no Instituto de Tecnologia Aplicada e Inovação – ITAI.



O Brasil se prepara para realizar, em 2025, o primeiro leilão de reserva de capacidade com foco exclusivo em sistemas de armazenamento por baterias (BESS, sigla do inglês para Battery Energy Storage Systems), marcando um passo importante na transição energética do país. Esse leilão, que esteve em fase de consulta pública até o final de outubro de 2024, tem como objetivo garantir a segurança do fornecimento de energia elétrica, especialmente diante da crescente participação de fontes renováveis intermitentes, como solar e eólica, na matriz energética nacional.
Espera-se que os sistemas de baterias desempenhem um papel estratégico devido à sua capacidade de resposta rápida e flexível, permitindo o armazenamento de energia em momentos de menor demanda e sua disponibilização nos horários de pico, quando a geração das fontes renováveis pode ser insuficiente. Essa flexibilidade é essencial para lidar com as variações na geração dessas fontes e para garantir a estabilidade da rede elétrica, especialmente diante dos desafios climáticos que impactam a produção de energia no Brasil.
Os projetos que participarão do leilão devem possuir uma capacidade mínima de 30 MW e operar com um Custo Variável Unitário (CVU) de zero, o que significa que não haverá custo adicional de operação para essas unidades. Além disso, os projetos deverão estar conectados à rede de transmissão, com capacidade adequada para escoar a energia armazenada. A operação deve garantir a disponibilidade de potência máxima por, no mínimo, 4 horas diárias, conforme solicitado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), podendo ser despachada por mais tempo, se necessário, com ajuste proporcional de potência.
Os contratos negociados terão duração de 10 anos, com início previsto para 1º de julho de 2029. A remuneração será uma receita anual fixa, dividida em 12 parcelas mensais, com possibilidade de ajuste de até 30%, baseado no desempenho operacional. O objetivo é garantir que as baterias estejam sempre disponíveis para dar suporte ao sistema nos momentos de maior necessidade.


Além disso, espera-se que essas tecnologias de armazenamento ajudem a reduzir a pressão sobre os reservatórios das hidrelétricas, que tradicionalmente têm desempenhado um papel central na matriz energética do Brasil. Ao suavizar a variabilidade das fontes renováveis, como solar e eólica, as baterias oferecem uma solução viável para garantir a continuidade do fornecimento de eletricidade, especialmente durante períodos críticos de consumo.
O Ministério de Minas e Energia (MME) tem grandes expectativas para esse leilão, acreditando que ele abrirá novas oportunidades no mercado de armazenamento, impulsionando não apenas a adoção dessa tecnologia no país, mas também o desenvolvimento de uma cadeia produtiva local. Isso inclui desde a fabricação de baterias até serviços de engenharia e eletrônica, promovendo a modernização e a competitividade do setor energético brasileiro.