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• 01/04/2025TRANSFORMANDO A PRODUTIVIDADE COM A VISÃO BIOPSICOSSOCIAL NA AET
Garantir um ambiente de trabalho seguro e produtivo é uma prioridade estratégica para qualquer indústria que deseja se manter competitiva no mercado atual.
TRANSFORMANDO A PRODUTIVIDADE COM A VISÃO BIOPSICOSSOCIAL NA AET
Kenny Tsuyoshi Sakane é fisioterapeuta especialista em ergonomia e saúde do trabalhador.
Garantir um ambiente de trabalho seguro e produtivo é uma prioridade estratégica para qualquer indústria que deseja se manter competitiva no mercado atual.
A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) é um documento indispensável nesse cenário, pois não apenas atende às normas regulamentadoras, mas também contribui diretamente para a eficiência operacional e o bem-estar dos trabalhadores. Quando elaborada sob a perspectiva biopsicossocial, a AET transcende o tradicional, abordando a saúde dos trabalhadores de forma integral e preventiva. A visão biopsicossocial considera três dimensões fundamentais que influenciam a experiência laboral: as condições físicas, os fatores psicológicos e as dinâmicas sociais presentes no ambiente de trabalho. “Ao incorporar essa abordagem, os empresários deixam de enxergar apenas o trabalhador como uma extensão da máquina e passam a entendê-lo como um ser humano completo, cujas condições emocionais e sociais impactam diretamente na performance,” destaca o autor deste artigo.
Mais do que evitar penalidades legais, o modelo biopsicossocial fortalece a reputação da empresa e reduz custos com afastamentos, acidentes e turnover, promovendo soluções integradas que abrangem desde o uso de equipamentos de proteção adequados até melhorias na organização das tarefas e na comunicação interna.
RELATO DE CASO: A NOVA DINÂMICA DE TRABALHO EM UMA FÁBRICA DE BISCOITOS
Eu trabalho como consultor em ergonomia e, recentemente, fui contratado por uma fábrica de biscoitos que enfrentava problemas sérios de alta rotatividade e queixas constantes de cansaço e desmotivação entre seus colaboradores.
A produtividade estava em queda, os prazos de entrega não eram cumpridos e o clima organizacional era de descontentamento generalizado. Durante as visitas iniciais, percebi que a organização das tarefas era confusa e a comunicação entre os setores era quase inexistente. Além disso, o ambiente era estressante, sem espaços adequados para pausas ou descanso.
Com base nisso, propus uma Análise Ergonômica do Trabalho com enfoque biopsicossocial, explicando à gestão que não bastava ajustar os postos de trabalho fisicamente, mas também seria essencial entender como os fatores psicológicos e sociais estavam impactando os colaboradores.
Ao longo da avaliação, conversamos com os trabalhadores para entender suas dificuldades e percepções. Um dos pontos mais impactantes foi a falta de pausas estruturadas, que aumentava a exaustão e comprometia o desempenho. Outra descoberta foi que muitos colaboradores se sentiam desconectados dos processos decisórios, o que gerava um sentimento de desvalorização. A partir dessas informações, sugerimos algumas mudanças importantes:
• Implementação de pausas planejadas ao longo da jornada de trabalho.
• Criação de espaços de descanso confortáveis e silenciosos.
• Realização de treinamentos que promoves sem um maior entrosamento entre os setores.
• Condução de pesquisas internas regulares para coletar feedback dos colaboradores.
Em menos de seis meses após a implementação dessas medidas, os resultados foram surpreendentes.
A empresa observou uma redução de 40% nas queixas relacionadas ao estresse e um aumento de 25% na produtividade. Além disso, o clima organizacional melhorou consideravelmente. Muitos trabalhadores relataram que passaram a se sentir mais valorizados e motivados, o que impactou diretamente nos resultados operacionais da empresa.
Essa experiência reforçou minha crença de que a visão biopsicossocial é essencial para qualquer organização que deseja alinhar produtividade e bem-estar. Empresários que adotam essa abordagem não apenas cumprem com as exigências legais, mas também criam um ambiente de trabalho mais humano e eficiente.
Investir em uma AET abrangente não é apenas uma obrigação, mas uma oportunidade de transformar desafios em diferencial competitivo. Empresas que priorizam essa abordagem criam ambientes seguros, humanizados e alinhados com os valores de responsabilidade social e eficiência produtiva.
Adote a visão biopsicossocial e eleve os padrões da sua organização.